Os cupons de descontos originalmente surgiram como uma cédula ao portador que permitia descontos e/ou troca de produto. Segundo a plataforma americana de cupons, Coupon Sherpa, o empresário de Atlanta, Asa Candler, em 1887, teve uma ideia considerada insana para promover a Coca-Cola. Ele criou o primeiro cupom. Seus cupons, escritos à mão, tinham o valor de 5 centavos, valor de um copo de Coca-Cola. Entre 1894 e 1913, estima-se que um em cada nove americanos tenha recebido uma Coca-Cola grátis, somando 8.500.000 bebidas de graça.
Segundo Tuttle (2010): “No início dos anos 1900, os descontos estavam disponíveis em cereais, graças aos cupons, e então o uso de cupons realmente decolou na Grande Depressão”. Desde então, cupons de descontos nos EUA têm sido um estilo de vida para muitos americanos que, antes de irem às compras, organizam seus cupons de descontos a fim de economizar o máximo. Para muitos norte-americanos, essa cultura do desconto é tão forte que, em 2010, o canal de TV por assinatura TLC, produziu uma série chamada Extreme Couponing, para retratar a vida de alguns compradores extremamente focados em economizar dinheiro nas suas compras.
O papel social dos cupons
Mas a história americana dos cupons também teve seu lado social expresso na década de 30 durante a Grande Depressão, com o lançamento de um programa alimentar chamado Food Stamp. Este programa tinha como objetivo não só ajudar na alimentação das famílias carentes, como também reativar a economia, sem deixar os preços dos alimentos agrícolas caírem. Em 1964, o Food Stamp passou a ser adquirido pelos beneficiários com o subsídio conforme a renda. O programa passou por evolução e, segundo Belik (2012, p. 98): “Em 2000 nos EUA, o benefício médio mensal foi de US$ 73 por pessoa e quase US$173 por família. Os cupons não podem ser trocados por dinheiro. Além disso, não podem ser utilizados para comprar álcool, cigarro e itens não alimentares”
No Brasil, tivemos alguns programas inspirados no modelo americano. O ticket do leite, segundo Belik (2012), foi um programa de curta duração que atendeu cerca de 5 milhões de crianças em todo o território nacional. O modelo se modernizou passando para cartões de benefícios do Fome Zero. Os programas de transferência de renda direta têm sido uma opção viável pelo olhar dos últimos governos, para socorrer a economia e dar um alento às famílias carentes.
O Governo Brasileiro tem um outro programa de segurança alimentar que atende trabalhadores e permite às empresas oferecerem o benefício do vale alimentação e refeição. Inicialmente operado por redes conveniadas, o trabalhador recebia uma quantidade de cupons que dava desconto na compra de alimentos ou refeições. Com a disseminação dos cartões magnéticos, essas redes expandiram suas operações, em parceria com as maquininhas de cartões. Hoje, com a nova legislação (Decreto 10.854 de 10 de novembro de 2021), esse mecanismo de voucher também pode ser operado em redes abertas com cartões bandeirados, tornando mais ampla e flexível a utilização.
A digitalização dos cupons
Voltando à evolução do cupom, vamos passar a tratar um pouco da digitalização dos cupons. Esse processo começou com sites que permitiam a impressão de cupons no mesmo formato dos tradicionais cupons impressos. Com a ascensão dos e-commerces, os cupons se transformaram em promo-codes, que são basicamente códigos utilizados no ato da compra para obter descontos. De acordo com Gasparro (2020), a pandemia acelerou a transformação digital dos cupons nos EUA, devido ao aumento substancial de compras on-line. Os efeitos da digitalização dos cupons tiverem um grande impacto na vida dos consumidores americanos que foi escolhida para ser retratada em um dos episódios da sexta temporada da série da NBC Superstore. De acordo com a pesquisa de mercado da Inmar Intelligence em 2020, a quantidade de resgate de cupons digitais ultrapassou os cupons impressos em revistas e jornais.
Atualmente, a maioria das plataformas digitais de varejo possuem mecanismos de cupons de desconto. O iFood é um bom exemplo, pois possui cupons de descontos disponíveis gratuitamente para os usuários usarem no ato da compra, mas também permite a aquisição de lotes de cupons para compras futuras na plataforma.
Plataformas integradas ajudam a economizar
Em meio a essa enxurrada de oportunidades para economizar dinheiro, algumas plataformas especializadas em benefícios começam a enxergar uma oportunidade de organizar tudo isso. É o caso do People Hub (anteriormente conhecido como People Club) que junta em uma mesma plataforma os benefícios dos tradicionais Vale Refeição e Vale Alimentação em um SuperApp, com um clube de vantagens em uma rede conveniada, com cupons de descontos e cashbacks.
Essa modalidade de clube de vantagens, associado ao programa de benefícios flexível, permite que as empresas ofereçam não só subsídio de um programa de segurança alimentar, como também mecanismos para o trabalhador obter descontos e economizar dinheiro. As vantagens não param por aí: programas de compra com desconto em folha, como os de farmácias, podem ser conectados a essas plataformas, alargando o leque de opções de compra e ajudando o funcionário a obter maiores descontos nos estabelecimentos conveniados ao Clube.
É uma nova maneira de ver a fidelização. Por um lado, essa maneira já é mais conhecida, com os estabelecimentos comerciais que oferecem cupons de descontos para fidelizar seus clientes. Por outro, as empresas também enxergam vantagem na fidelização e retenção de seus funcionários, com pacotes de benefícios ampliados e que dão a percepção de economia. No final do mês, o que importa para o trabalhador é saber que seu salário rendeu mais.